segunda-feira, 3 de abril de 2017

Dicas para a lista de livros da FUVEST 2018

Quem vai prestar FUVEST 2018 tem de ter em mente que o que será cobrado em Literatura restringe-se a uma lista composta por nove livros de expressão em língua portuguesa. Ei-los: Iracema (1865), de José de Alencar; Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis; O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo; A Cidade e as Serras (1901), de Eça de Queirós; Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos; Minha Vida de Menina (1942), de Helena Morley; Sagarana (1946), de Guimarães Rosa; Claro Enigma (1951), de Carlos Drummond de Andrade e Mayombe (1979), de Pepetela.
A primeira dificuldade quanto a essa lista é o acesso aos livros que a compõem. Quem for tentar adquiri-los, buscando as versões mais baratas, vai gastar R$ 222,10, valor proibitivo para parte considerável do público estudantil. O aconselhável então é procurar em sebos, como o Estante Virtual. É possível também recorrer a empréstimos a bibliotecas, o que pode ajudar em muito a diminuir esse custo. Outra forma é tentar descobrir por meio de redes sociais ex-vestibulandos da FUVEST ou até mesmo professores que possam ceder, mesmo que temporariamente, esses livros. Há ainda a possibilidade de o estudante criar um clube de leitura, em que um grupo de candidatos da FUVEST poderia ratear os custos da aquisição dessa coleção e criar um rodízio de livros entre seus membros.
Vencido o obstáculo que é o acesso às obras, surge mais um problema: em que ordem lê-las. Há dois caminhos possíveis. Para os alunos que estão acostumados com leitura, principalmente de obras literárias, é válido seguir a sucessão das escolas literárias. Dessa forma, a sequência seria Iracema (Romantismo), Memórias Póstumas de Brás Cubas (Realismo), O Cortiço (Naturalismo), Vidas Secas e Minha Vida de Menina (Segunda Geração Modernista) e Mayombe (literatura contemporânea).
Já para os alunos que não estão acostumados com a leitura de textos literários o conselho a ser dado é outro: privilegiar inicialmente a facilidade de leitura. Assim, a primeira obra a ser encarada é Mayombe, depois Minha Vida de Menina e Vidas Secas. Já então adaptado ao trato literário, o estudante deve partir para obras mais complicadas: Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Cortiço e Iracema.
Os dois roteiros acima não apresentam três obras da lista de livros da FUVEST 2018. O motivo para essa exclusão é o fato de elas exigirem um cuidado especial. Inicialmente, deve-se lembrar que Claro Enigma é uma obra de poesia, gênero que exige um tratamento diferente de leitura. Seus 42 poemas deve ser lidos e relidos no mínimo cinco ou seis vezes para que se consiga começar a dominar o seu conteúdo. Dessa forma, o estudante deve apreendê-lo a conta-gotas, numa média de dois a três poemas por dia. Esse esforço pode ser feito no mesmo período em que estiverem sendo lidas as obras em prosa. Basta o aluno aproveitar pequenos intervalos, como a espera em um ponto de ônibus ou estação de metrô – trabalho diferente dos romances, que deverão ocupar um esforço maior de tempo, como uma ou duas horas do seu dia de estudo.
Quanto a Sagarana e A Cidade e as Serras o conselho é de outra natureza. É recomendável o vestibulando deixá-los para as férias, pois essas duas obras exigirão um esforço gigantesco, seja para se adaptar à linguagem extremamente inventiva de Guimarães Rosa, seja para vencer a lerdeza da narrativa de Eça de Queirós.
 Por fim, um último conselho quanto à linguagem dessas obras literárias. Principalmente em Iracema e Sagarana, o que não exclui os outros livros, o estudante não deve perder tempo em procurar no dicionário o significado de cada palavra desconhecida. O vestibulando deve-se preocupar em captar o sentido geral da frase, entender o seu contexto. Só assim seu trabalho será mais produtivo.

Seguindo todas essas orientações, a lista de livros da FUVEST 2018 não será um grande obstáculo no caminho para a aprovação. Ao contrário, será uma importante ferramenta para o sucesso na entrada no ensino superior na mais importante instituição do país.